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Desde abrir uma nova empresa, emplacar um produto, manter a base de clientes e gerir uma cadeia de informações no Brasil é historicamente complexo, caro, burocrático e muitas vezes limitante devido às regulações diárias impostas pelo governo.
Em 2025, encarar a maior Reforma Tributária da história apenas como uma mudança regulatória é negligenciar oportunidades e desafios que vão além das adequações legais. A transformação digital está alterando profundamente as relações comerciais, tornando processos analógicos totalmente digitais e exigindo um novo olhar estratégico.
O cadastramento de um fornecedor ou cliente, por exemplo, será monitorado em tempo real pelo fisco, diferenciando bons pagadores de impostos daqueles com dívidas ativas. Empresas que antes negociavam apenas por preço, fator logístico ou forma de pagamento precisarão rever a cadeia de valor para se manterem competitivas.
Outro exemplo de impacto é a arrecadação em tempo real: a apuração de impostos ocorrerá no ato das transações comerciais e financeiras, o que simplifica o processo em alguns aspectos, mas traz novos desafios ao substituir o modelo tradicional de apuração mensal, trimestral ou anual por um cálculo instantâneo.
Essa revolução impacta diretamente setores como:
- Serviços: Alíquota de IVA Dual podendo chegar a 28,5%.
- Zona Franca e Regimes Especiais: Extinção de benefícios fiscais.
- Indústria: Cadeia de créditos sobre insumos.
- Varejo: Necessidade de recalcular preços devido a alterações na carga tributária.
Mais do que uma mudança tributária, a reforma exige uma reinvenção cultural e tecnológica. As áreas tributária e comercial precisarão de um diálogo constante, colocando a visão financeira antes da fiscal. Empresas que entenderem essa mudança sairão na frente ao antecipar riscos e oportunidades.
O líder moderno deve preparar seu time para esse momento de transição e incertezas, começando pelo autoconhecimento e refletindo sobre três pilares essenciais: Pessoas, Processos e Tecnologias.
Pessoas
Mapear contextos de gestão de pessoas será uma habilidade fundamental. Com ameaças crescentes às relações humanas, o líder do futuro precisará manter o fator humano ativo e reconhecer perfis emergentes:
- Data Master: Especialista em organizar e transformar dados em insights valiosos para o negócio usando tecnologias como Data Lakes e Business Intelligence. Um papel estratégico para responder questões como quais produtos serão mais impactados pela Reforma em termos de preço, margem de lucro e carga tributária.
- Integrador: Conecta áreas, identifica melhorias e mantém processos integrados. Um solucionador antenado que articula problemas e propõe soluções.
- Prompter: Navega entre negócios e tecnologia, extraindo o máximo da inteligência artificial. Curioso, autodidata e inovador.
- Planner: Organiza planos de mudança, elabora relatórios estratégicos e expande soluções tributárias para demais áreas de negócios.
- Creator: Ousado e visionário, esse perfil une criatividade e conhecimento tributário para impulsionar inovações e eliminar fricções nos processos.
Processos e Tecnologias
Esses dois pilares caminham juntos e estão sendo reinventados em uma velocidade sem precedentes. Investir em tecnologia para mapear processos, eliminar repetições e automatizar validações é essencial. Empresas ágeis, que associam tecnologia à estratégia de negócios, terão um diferencial competitivo.
Exemplos incluem o uso de inteligência artificial para validar escrituração fiscal em tempo real e eliminar ações manuais, permitindo que colaboradores se concentrem em análises mais complexas. Responder a demandas comerciais, interpretar atos legais e tomar decisões financeiras com precisão serão diferenciais cruciais.
Até 2033, empresas enfrentarão desafios e incertezas enquanto dois regimes tributários convivem. A liderança que compreender essas mudanças e adaptar processos e pessoas se destacará em um mercado mais ágil e sustentável.